segunda-feira, fevereiro 04, 2008



No coração da magnólia


De repente a magnólia pulsa,

não digas a solidão.


Guarda tudo, pois a música escoa,

um rumor de chuva

mansa, cintila

no rastro da lua


e pulsa o coração,

chegam os seres da noite

de pálpebras carregadas

sonhos em filigrana, o grito contido.


O orvalho acontece

por dentro, olhos recolhidos

na saudade, o frio,


de repente a magnólia

pulsa, e a escuridão

é um adágio, não digas a solidão.


Alguém que me lê

o centro do coração ilumina-se,

o poema flui e ouves

o canto, não as palavras

decepadas,

arrancadas à opacidade.


Ouves. No coração da magnólia



(in jornal de poesia/Mª João Cantinho)



A Magnólia



A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu resplendor.
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.



Luiza Neto Jorge



As fotos são minhas, os poemas não.
As magnólias, são mais uma maravilhosa obra da Natureza.
Fiquem bem
Ana Paula

4 comentários:

Isamar disse...

Gosto muito de poesia, de magnólias, das suas flores e de fotografia. Gostos que partilhamos pelo que vejo. Tão bom!

Beijinhossss

bettips disse...

Sempre que passo no teu lugar, digo algo. Aqui ou ali.
Por qualquer razão os comentários não aparecem.
Tinha perguntado, há que tempos, se te correu bem o exame, para te dar força de continuar!
Bj

CrisB disse...

São flores lindas, lindas! O que se pode dizer mais? Nada, simplesmente apreciá-las.

Joaquim Moedas Duarte disse...

Que bonito jardim para passear...este seu cantinho!
Abraço conterrâneo.