Não há dúvida nenhuma que o Outono é a estação do ano pela qual tenho uma certa paixão. Pelas suas cores, pelos seus cheiros, pelas primeiras chuvas que caiem na terra, deixando um cheiro no ar, indescrítivel.Encho o peito de ar , inspirando esses aromas tão próprios deste solstício. Aqui no Ribatejo, mais propriamente em Alpiarça, é o tempo das colheitas, desde o final de Agosto.
Primeiro foi a apanha da melância e do melão,o tomate veio depois deixando um cheiro forte no ar tão característico. De seguida,já em Setembro, segue-se a colheita dos campos de milho a perder de vista, nos tons da terra e de um amarelo lindo de morrer (no bom sentido, é claro).Por fim seguem-se as uvas que transformadas, dão o tão apreciado nectar , para acompanhar boas refeições.
Quando se passa nas estradas de campo, solta-se o aroma das uvas vindo das cestas de vindima, colhidas por homens e mulheres que fazem a lida do campo, apesar da dureza do trabalho, um momento de alegria e confraternização.Cruzam-se nas estradas os tractores carregados de latões apinhados de belas uvas. A caminho das adegas, são despejados nos patamares, onde os seus bagos são esmagados, daí nascendo futuramente o tão apreciado vinho do Ribatejo, em especial os seus tintos, encorpados que nos deixam os lábios de um tom vermelho / púrpura, delicioso e forte.
A minha terras também tem coisas menos boas e tristes, como todas as terras deste país, mas existem locais próprios, os média e blogues, para se falar, debater e escrever.
Aqui, no Paúl dos Patudos, se enaltece essencialmente as coisas boas da vida, porque de desgraças estamos nós fartos. Interessa sim dar enfase ao lado positivo do ser humano e da vida, nunca deixando de reparar e falar, de outras coisas, nos tais sítios próprios.
É assim a minha terra e as suas gentes.
Gentes firmes,terras férteis, aromas fortes / Alpiarça - Ribatejo