sexta-feira, novembro 03, 2006

QUERO MANIFESTAR A MINHA MAIS PROFUNDA TRISTEZA E REVOLTA A ATENTADOS Á CULTURA E AO LIVRO POR PESSOAS SEM O MÍNIMO RESPEITO POR TODA UMA POPULAÇÃO, QUE HÁ TANTO TEMPO ANSEIA PELA SUA BIBLIOTECA MUNICIPAL E QUE ALGUÉM COM UMA MENTE SEVERAMENTE PERTURBADA E PELO PURO PRAZER DE DESTRUIR E VANDALIZAR ,VAI TORNAR DE MOMENTO IMPOSSIVEL A SUA CONCRETIZAÇÃO, FAZENDO UMA AUTARQUIA GASTAR MILHÕES DE EUROS, NUMA OBRA QUE ESTAVA ÁS PORTAS DE SER INAUGURADA .
ESTOU LIGADA A ESTA BIBLIOTECA HÁ 16 ANOS E É COM UMA DOR IMENSA QUE ME SINTO NESTE MOMENTO, MAS SEI QUE VAMOS DAR A VOLTA POR CIMA, PORQUE FAZEMOS MUITA FALTA AOS NOSSOS LEITORES E UTENTES. NEM TODAS AS PESSOAS TÊM DINHEIRO PARA ADQUIRIR LIVROS E ESSA É A NOSSA FUNÇÃO: FAZER CHEGAR O LIVRO E A LEITURA A TODAS AS PESSOAS QUE NECESSITAREM.
AP
quinta-feira, novembro 02, 2006

E EL - Rei D. Dinis perguntou: Que levais no regaço, senhora minha?
Rainha Santa Isabel respondeu: São rosas, senhor, são rosas.
Diz a lenda que os pães que a Rainha Santa Isabel levava no regaço para distribuir pelos pobres , se transformaram em rosas, lindas como esta aqui. Bendita a Natureza que faz nascer tamanha beleza.
terça-feira, outubro 31, 2006

Pois é , voltei aos bancos da escola. Como o saber não ocupa lugar, aceitei este desafio proposto pela minha pessoa. À vinte anos parei de estudar e agora com 45 anos, estou cheia de vontade para recomeçar. Não vai ser fácil , mas eu gosto de desafios e vou meter mãos á obra. Vamos ver o que vai sair daqui :))
A memória já não é a mesma e vou trabalhar sem rede, ou seja, sendo uma aluna de estatuto não presencial, o que torna tudo mais difícil. Espero profundamente que a minha saúde não me possa traír, como já tem feito algumas vezes, mas estou determinada a seguir em frente!

Hoje é o Dia Mundial da Poupança
Aqui em Portugal as coisas não estão nada fáceis para as famílias portuguesas.
Continuamos a fazer furos no cinto e a dever cada vez mais aos bancos.
O que vale é que o povo português é de brandos costumes. Aguenta Zé Povinho, que melhores dias virão! (31 de Outubro de 2006)
domingo, outubro 29, 2006
conto
...Ela voltou-se para mim e perguntou:
-Na infância, foste uma criança feliz?
- Penso que sim, não sei bem.
Talvez, mas do meu pai , não recordo isso; miminho, um beijo, colinho, não me lembro de o ter feito .
- Então não tiveste uma infância feliz. Quero com isto dizer que te continuas ainda hoje a enganar. Sentes ainda falta desse amor, apesar de já seres adulta, sentes que seria importante para ti isso ter acontecido.
-Mas nos meios rurais, era assim. Os pais dedicavam-se á terra e a figura da mãe tinha de ser tudo; pai , mãe, amigos, irmãos...
Sabes, a minha mãe nunca me levou á escola. Fui sempre a pé e com as minhas amigas. Andávamos alguns kilómetros. No Inverno, fazia muito frio e ela, para eu chegar com as mãos quentes á escola, aquecia uma simples pedra na fogueira e depois embrulhava num papel de jornal, para não me queimar as mãos. Quando chegava á escola deitava a pedra fora e ficava com as mãos quentinhas para começar a escrever.
Olha, sabes uma coisa? Só comíamos carne ao domingo ( frango ou porco), durante os outros dias era sempre sopa e pãozinho para molhar e eu gostava!Vaca ou borrego nunca vinham para a mesa era para os ricos, sardinhas é que é bom; dizia o meu pai.
Tinha alguns brinquedos que ele me fazia, mas mais tarde comecei a ser eu a fazer, pois tinha muito jeitinho. Fazia as roupas para as minhas bonecas e costurava tudo á mão, ficava um mimo.
A minha mãe, como dever de todas as mães ( segundo ela dizia), ensinou-me a fazer tudo o que uma dona-de-casa deve saber: cuidar dos filhos, fazer comer, lavar roupa, passar a ferro, cuidar da casa etc.Tudo isto eu aprendi, mas a ser feliz, nem por isso.
Só tivemos a nossa primeira televisão quando eu tinha 11 anos, até aí , eu escutava a rádio. Talvez ainda hoje se reflita o meu amor pela rádio.
_ Pois é, minha linda, essa, entre outras, foi uma das tuas tábuas de salvação, para combateres, a tua solidão e o facto de teres sido sempre uma criança triste.
- Se queres que te diga, eu não culpo em nada os meus pais. Porque eles se limitaram a transmitir-me aquilo que eles próprios receberam como educação. Se calhar também não foram felizes. Todas as fotos que a minha mãe tirou , assim o revelam: um rosto sempre triste, sem um único sorriso. Hoje , eu quero muito manter o meu sorriso e a minha alegria de viver, sempre presente, apesar de tudo...
AP