terça-feira, julho 14, 2009



Dando uma vista de olhos pelos livros do depósito da Biblioteca Municipal, fui encontrar este livro de um poeta chamuscense Álvaro N. do Amaral Netto que fala sobre Alpiarça, em forma de poesia. Foi publicado em 1956 ( época de Salazar), daí a forma como está descrita, a Vila de Alpiarça, em pleno coração do Ribatejo. Aqui deixo alguns excertos:

ALPIARÇA

( Longo Verde Mar de Vinhas de Cachos Rubros)

Ao espírito enternecedor do seu admirável " Grupo Infantil "

Ridente vila, leda e esmeraldina,

de hortados e vinhedos vicejantes;

de verdes frondes, densas e pujantes,

a aguarelar de sombras a campina.

Mal amanhece, a vila que domina

acorda para as fainas incessantes;

e enchem-se os campos férteis e abundantes

da gente que a tratá-los se destina!

Vindimas... ceifas...mondas...toda a luta

dum povo, eterno jovem, que labuta

com forças de que nunca se vê falho...

E a terra de Alpiarça é sempre assim:

- Uma epopeia imensa, sem ter fim,

sob o signo, bendito do trabalho!

autor:Álvaro do Amaral Netto

CÊPAS DO RIBATEJO

O vinho do Ribatejo

tem um encanto profundo:

A todos mata o desejo

de se fugir deste mundo!

As adegas de Almeirim

têm todas um só fraco:

Se lá formos sós, no fim,

saímos sempre com baco...

Os vinhedos de Alpiarça

enchem de vinho o Concelho;

são vinhos de nobre raça,

mas só de sangue vermelho...

Ora vira,

vira bem,

vá virando

toda a gente;

que quem bebe

deste vinho

anda sempre diligente!

autor: Álvaro do Amaral Netto

públicado em Maio de 1956

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