terça-feira, janeiro 19, 2010




As palavras que te envio são interditas




As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.



Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.



E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.





Autor:Eugénio de Andrade

foto tirada da net
Eugénio de Andrade faria hoje 87 anos

1 comentário:

Maria disse...

É um Poeta Maior da nossa língua. Ficaram os poemas, que serão eternos...

Um beijo