Diz-me a tília a cantar:« Eu sou sincera,
Eu sou isto que vez: o sonho, a graça;
Deu ao meu corpo, o vento quando passa,
Este ar escultural de bayadera...
E de manhã o Sol é uma cratera,
Uma serpente de oiro que me enlaça...
Trago nas mãos as mãos da Primavera...
E é para mim que em noites de desgraça
Toca o vento Mozart, triste e solene,
E à minha alma vibrante, posta a nu,
Diz a chuva sonetos de Verlaine...»
E, ao ver-me triste, a tília murmurou:
« Já fui um dia poeta como tu...
Ainda hás-de ser tília como eu sou...»
Autor: Florbela Espanca
5 comentários:
Embora duvidando do que "disse" a tília, não deixa de ser um belo poema.....
... ou não fosse Florbela....
Boa semana para ti, Ana Paula
Beijinho
" Diz a Ana, poesia da melhor, "
não leio muito Frorbela
mas oiço bastante Adriano, sempre o ouvi mesmo qd não era permitido
Bela foto! Beijos.
Grande poeta! Como outros, hoje e sempre recordados! Beijo...
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